Título da obra: Ri, mas
Autora: Juliana Magalhães Aguiar Cardoso.
Ano de publicação: 2017.
Data de lançamento: 6 de janeiro de 2018.
Local de lançamento: Tablô Café e Bistrô – Avenida Brás de Pina, 2656 Vista Alegre, RJ.
Link do evento: https://www.facebook.com/events/151172568939752/
Sinopse: Ri, mas é um misto de poesia e sentimentos no qual somos convidados a embarcar na aventura exploratória da subjetividade do ser. Com uma única estrofe e poucos versos, há uma ampla liberdade interpretativa para cada poesia a ser lida, o que nos proporciona a experiência de palparmos as coisas com a nossa própria essência nutridos da noção disso. Vejamos esse livro como um desafio pessoal de nos conhecermos melhor perante nós mesmos e perante o mundo com profundidade e verdade. Afinal, sempre fomos, somos e seremos os maiores contadores de mentiras sobre a nossa personalidade em momentos de introspecção. Vamos sair um pouco do padrão?
Juliana Aguiar, 20 anos, estudante de medicina, carioca. Dedica o seu tempo às letras, aos estudos e às partilhas de sentimento. Participa de concursos literários, nos quais já obteve diversas menções honrosas e publicou em 2016 o seu primeiro livro: Contrariemos os Desencontros, pela Editora Multifoco. Possui muitos, muitos sonhos, e ainda os concretizará a todos: um a um, bem devagarinho, com o sorriso de quem tem a certeza de que chegará lá.
Ri, mas
Juliana Magalhães Aguiar Cardoso
Primeiras páginas do livro
Vinte segundos de coragem:
Seus olhos esbarraram
No meu olhar
E sua boca
Na minha.
São duas da manhã, tic tac,
O gato lá fora miando no embarque,
E os galos pensando já em
Amanhecer, pois amanhã será um novo
Dia;
Dia de não sei quê.
Flores a crescer
Primavera a chegar;
Ser o florescer.
Transcenda
E escreva;
Transcreva.
O valor da arte é feito
Das gotas do oceano:
Por vezes, vem do peito
Outras, provém do dano.
Garrafa:
Garra que aprisiona
Quase um garfo.
Aranha no céu
Aranha na parede
Encontrei aranhas
Deitadas em sua rede.
Cada jeito de amar
Cada jeito de ser
E no mar
Perecer.
Não se vá
Vê se fica
Versifique
No altar.
Jurei que iria ser
Tudo o que não era
E, toda jura tem
Sua palavra sincera.
São tantos socos, que desatino
Tenho tantos trocos no parapeito
Se tivesse mais um minuto divino
Pediria ao sábio algum conselho.
O tempo é tanto,
Entretanto me entristece
O esconder, num canto,
A essência de sua prece.
Prédios me gritam,
Me clamam.
Querem fugir,
Mas não andam.
Minha vida era papel em branco
Para, de cores, eu pintar.
Borrei na primeira pincelada
E, agora, borrado, meu coração está.
Deito na cama
E deixo a rima fluir
Mais uma estrofe que componho
Mais um verso que está por vir.
Atravessar a rua
Com um botão;
O que não se faz
Com tanta tecnologia na mão?
Caçoa do mar
E coça a cabeça
Uma onda se forma
E a deixa à avessa.
Queria te escrever
A mais bela poesia
Entretanto apenas difamo
Que você é o mar e tanto
Perdido em minha maresia.